MARIA VILMACI VIANA DOS SANTOS - APODI
STPM JOTA MARIA - MOSSORÓ-RN, 11 DE SETEMBRO DE 2019
JM
AQUI RN
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
MARIA VILMACI VIANA DOS SANTOS
Os primeiros anos da infância, de 1962 a 1969, passei na minha aldeia Tapuia Paiacu, na casa grande do sítio Santa Rosa, município de Apodi. Em um ambiente bucólico, convivi intensamente com a natureza, despertando com o canto dos pássaros ao alvorecer, tomando leite quentinho do peito da vaca, sentindo o cheiro das flores, do mato, da terra, tomando banho de chuva, dando cangapé na lagoa, açudes, córregos e rios. Sob os cuidados dos meus pais, Valdemiro e Mozinha e dos irmãos que me antecederam: Neta, Rita, Gilvan, Socorro, Dilma e Vilma, aprendi a brincar de roda, soltar pipa, fazer bonecas de pano e brinquedos de lata de óleo, caixa de fósforo, catembas de côco e osso de boi. Depois aprendi também a cuidar da casa e dos meus irmãos mais novos: Antônio, Junior e Vanuza. Aprendi a rezar com minha mãe que toda noite reunia os dez filhos ao redor da sua cama e depois ia contar estrelas no céu sem nuvens do Vale do Apodi.
Cresci capturando vagalumes e cigarras, correndo, de pés descalços pelos serrotes, colhendo manga, banana, laranja e cajarana, comendo beijú na casa de farinha e queijo no sótão da casa dos meus avós maternos, Chico Tomaz e Sebastiana. Vivia tangendo cabras e bodes, pastorando o plantio de arroz com um espantalho e invadindo a olaria artesanal do meu avô paterno Pedro Quim, para fazer, com minhas frágeis mãos, a louça usada nos cozinhados das bonecas de pano com as quais brincávamos.
O tempo passava e o alpendre da minha avó paterna, Chiquinha, era uma espécie de refúgio de todos nós. Dali pulávamos o parapeito para subir no pé de cajarana, tão antigo, cuja idade nunca soube, e, para amenizar o calor, o banho era na cacimba no leito do rio seco. No fim da tarde, Vilma e eu abandonávamos nosso trabalho, na palhoça que nos guardava do sol, enquanto cuidávamos do plantio de arroz, para assistir o crepúsculo. Em silêncio, víamos a claridade mergulhar lentamente por trás das mangueiras, coqueiros, laranjeiras, bananeiras, aquilo que, ainda hoje, chamamos pomar da nossa felicidade. No caminho de volta para casa, na hora da ceia, nossos passos, eram dados na cadência do canto dos pássaros que se despediam do dia.
Aos sete anos, em janeiro de 1969, deixamos o Sítio Santa Rosa porque meu saudoso pai, Valdemiro Pedro Viana (in memoriam) fora eleito Prefeito, obrigando a mudança. Fomos então morar numa casa, por ele construída, que estava sempre cheia de correligionários, políticos, familiares e amigos. Ali em frente, minha mãe plantou um pé de castanhola para saudar os novos tempos.
Assim passei minha infância, dividida entre o Sítio Santa Rosa, rasgando meus pés no lajedo de soledade, onde aos domingos íamos brincar de se esconder naquelas pedras e nas ruas da cidade, onde pulava corda, brincava de esconde esconde, bandeirinha e de muitas brincadeiras de roda.
Nos anos oitenta, minha juventude estava contaminada pelos “Embalos de Sábado à Noite”, de John Travolta e os políticos articulavam o retorno da democracia ao país. Naquele tempo vivíamos praticando esportes e dançando nas discotecas, quando fui escolhida o mais belo rosto de Apodi. Em 1982 fui aprovada no vestibular da UFRN e passei a residir em Natal. A faculdade me proporcionou momentos maravilhosos. Muitos congressos, viagens e estágios no projeto Rondon, quando conheci o vale do São Francisco e desfrutei da cultura da localidade de Carrapicho/SE e Penedo/AL. No grande anseio de sempre conhecer mais, fui para Belo Horizonte/MG, em 1987. Na capital mineira estudei na FAFI-BH, concluindo a pós-graduação em Educação Especial. Paralelamente me dediquei a estudar Teatro, na UFMG, onde passei a conviver e beber da fonte da sabedoria dos intelectuais das artes de Minas Gerais.
Em Dezembro de 1988, fui morar em Porto Velho, Rondônia, já casada com o engenheiro civil, construtor e atual empresário ceramista, José Genival dos Santos. Durante 10 anos morei naquela região da Amazônia onde desenvolvi atividades em diversas instituições educacionais e culturais daquele Estado. Neste período viajei muito pelo interior do estado, onde conheci a cultura do homem da floresta, do indígena e do seringueiro. Fui também à Bolívia, onde me deliciei com a típica “parrillada”, acompanhada de uma cerveja “pacenha”. Foram tempos inesquecíveis e de ricas experiências nas terras do Marechal Rondon.
No entanto, a maior conquista em Rondônia, foi o nascimento de Anabele, minha filha. Um dia inesquecível, aquele 19 de Abril de 1989, sob o clima úmido e quente da floresta tropical. Apesar de distantes, aqueles momentos estão presos à minha memória: a floresta encantadora com seus ipês coloridos, os banhos nos rios, os igarapés misteriosos, a diversificação de peixes e os crepúsculos encantadores no rio Madeira. Confesso que tenho saudades desse ambiente, completamente diferente do sertão nordestino, onde nasci e me criei. Uma época de aprendizado e realizações marcantes, onde destaco a participação como integrante da equipe de elaboração do projeto para construção do Teatro do Estado.
As recordações da terra natal e o cheiro do mar são irrefreáveis e no verão de 1998, eu e minha família retornamos à terra potiguar. Natal recebeu de braços abertos e com muito amor a aldeã dos pés rachados da chapada do Apodi. Fiquei então dividida entre Natal e Apodi, onde fui administrar junto com meu esposo a cerâmica Santa Rosa de propriedade do meu pai. Em Apodi, paralelamente, colaborei como assessora da primeira dama Dra. Lourdes Bezerra.
Em Natal, acompanhei todo o desenvolvimento intelectual de minha filha Anabele, graduada em Geologia pela UFRN e passei a integrar os movimentos culturais da cidade, participando de saraus literários, lançamentos de livros, encontros, exposições, seminários, cursos, festivais, tendo colaborado, como voluntária, nos eventos promovidos pelo Memorial da Mulher, da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte e da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte – SPVA/RN.
Meus maiores prazeres são a convivência com minha família e bons amigos, ser solidária, ler, ouvir música, tomar um bom vinho e apreciar o pôr do sol e o luar. Atualmente, sinto um prazer especial em viajar pelo mundo, desvendando os mistérios de novas culturas. Dentre tantas viagens que fiz, me encantei com a Ilha de Fernando de Noronha, Ilha da Madeira, Lisboa, Madri, Paris, Londres, Irlanda, Buenos Aires, Bariloche, Lima, Santiago, Bogotá, Cartagena e suas ilhas do Caribe , a beleza do mar de Cuba, a musicalidade e a alegria de sua gente.
Neste momento, quero dividir a minha história e festejar a vida. E, como Pablo Neruda dizer: “vivi por viver, vivi”.
Enviado por Vivi Viana. - VIA BLOG TUDO DE APODI
MARIA VILMACI VIANA DOS SANTOS
Escritora, memorialista, guardiã da história das mulheres apodienses, descendente dos indios tapuia- paiacus , nasceu numa madrugada fria de 17 de maio de 1962 respirando o perfume que exalava das flores do jasmim de São José, da Casa Grande do Sitio Santa Rosa – Apodi-RN.Filha do ceramista, Ex-Prefeito Valdemiro Pedro Viana (in memoriam) e da Artista Plástica Maria Fernandes de Sousa (Mozinha). Iniciou sua vida escolar em 1968 na Escola Estadual Ferreira Pinto, onde concluiu em 1972 o curso Primário. Na Escola Estadual Professor Antônio Dantas concluiu em 1977 o Curso Ginasial. Estudou no Colégio Dom Bosco de Mossoró em 1979 e concluiu o ensino médio em 1980 na cidade de Natal, no Hipócrates Colégio e Curso. Em 1982 iniciou sua vida profissional exercendo a função de teletipista na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. Em 1985 graduou-se em Educação Artística, Habilitação em Artes Cênicas na UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte-Natal/Rn. Nos anos letivos de 1985 e 1986 exerceu a função de Professora de Educação Artística nas Escolas da Rede Oficial de Ensino do RN: Anísio Teixeira e Atheneu Norte-Rio-Grandense. Em 1988-Pós-graduou-se em Educação Especial na FAFI-BH- Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Belo Horizonte-MG. Em 22 de setembro de 1988, casou-se em Porto Velho- Rondônia, com o empresário ceramista e engenheiro civil José Genival Santos com quem tem uma filha Anabele Viana Santos- Geóloga. No Estado de Rondônia, onde permaneceu no período de Dezembro de 1989 a Dezembro de 1998, Exerceu várias funções: Arte-educadora da Divisão de Ensino Especial da Secretaria de Educação do Estado, onde prestou serviços as escolas e instituições filantrópicas especializadas no atendimento ao aluno especial. Assessora da presidência do IPERON –Instituto de Previdência do Estado de Rondônia. Secretária de Cultura do Estado de Rondônia no período de 1997 a 1998. Em sua terra Apodi, escreveu dois livros: TRAJETÓRIAS POLÍTICAS ISAURO E VALDEMIRO ( julho de 1997)-COLEÇÃO MOSSOROENSE . PAISAGENS FEMININAS DE APODI (maio de 2006)-COLEÇÃO MOSSOROENSE. Produtora do MEMORIAL VALDEMIRO PEDRO VIANA e da EXPOSIÇÃO DE PINTURA EM TELA –AQUARELAS DA MOZINHA. Pertence às seguintes instituições: AAPOL- Academia Apodiense de Letras, UBE- União Brasileira de Escritores-Seção/ RN,AJEB - Associação das Jornalistas e Escritoras do Brasil, seção/ RN, SPVA/RN- Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande Norte.
Atualmente trabalha na área cultural onde busca promover, resgatar e difundir a cultura potiguar através do blog:
www.vivicultura.blogspot.com
JOSÉ GENIVAL DOS SANTOS
O Industrial e engenheiro
civil, JOSÉ GENIVAL DOS SANTOS, filho de Manuel Aires dos Santos(in
memoriam) e Francisca Raimunda da Costa, nasceu no dia 03 de Junho de 1955, no
município de Riacho de Santana-RN.
Em 05 de dezembro de 2008, recebeu o
título de cidadão apodiense através da resolução n° 157/2008, proposição do
Vereador Francisco Nilson Fernandes de Lima. Teve sua infância marcada pelo
trabalho na roça, ajudando a seu pai, o popular Cícero Santos a sustentar a
família, juntamente com seus irmãos: Sales, Chagas, Gervásio e Márcio. Aos 13
anos de idade, teve que deixar o convívio familiar, pois fora aprovado no exame
de admissão para ingressar no Ginásio Agrícola de Ceará-Mirim, onde permaneceu
interno de 1969 a 1972, quando concluiu o curso ginasial naquele excelente
internato escola- modelo da época.
Em 1973 o menino superdotado, foi
aprovado para cursar Eletrotécnica na Escola Técnica Federal do Rio Grande do
Norte e concluiu o referido curso em 1975. Na sua juventude, passou a maior
parte trabalhando e estudando. Pouco se divertia porque os recursos eram parcos
e apenas ia à praia aos domingos, com amigos estudantes que sempre arrumavam um
jeitinho de enganar o cobrador do ônibus e fugiam pela porta traseira sem pagar
a passagem. Genival por ser muito dedicado aos estudos, sempre foi o orgulho da
família Santos e em 1976 foi aprovado no vestibular de Engenharia Civil da
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A vida de Genival, menino pobre lá do
sertão do oeste potiguar, foi de muitas dificuldades, mas, ele enfrentou e
venceu todas com nobreza. Quando morava na casa do estudante de Natal e na
residência universitária da UFRN, para não pagar as taxas de moradia e ganhar
as refeições, trabalhava como monitor na biblioteca num expediente e estudava
no outro expediente. Após ingressar na UFRN, surgiram novas oportunidades que
foram mudando sua condição de vida. Certo dia, foi convidado para fazer
um estágio remunerado na Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Natal,
atuando na área de fiscalização de obras. Trabalhou também como professor de
matemática na escola Técnica do Comércio no bairro da Ribeira. Nesta fase, a
vida do jovem universitário era só alegria e satisfação por estar atingindo
seus objetivos pessoais e profissionais.
Em 1979, em visita à cidade de Apodi,
para participar dos jogos universitários da ACENIS, conheceu a jovem Vilmaci
Viana, por quem se apaixonou à primeira vista e logo em seguida
convidou-lhe para ser sua madrinha de formatura na turma de 1980. Após sua
formatura, Genival conquista seu primeiro emprego como engenheiro na
construtora GTO na cidade de São Paulo. Nessa empresa, participou da construção
dos conjuntos Itaquera I, II e III. Em 1984, mudou-se para o estado de
Rondônia, o qual se encontrava em pleno desenvolvimento e lá executou uma das
mais importantes obras do estado: a construção da base Aérea de Porto Velho. Em
1988 associou-se a empresa Potiguar Construções e Comércio Ltda, vindo a
executar diversas obras no interior do estado: Escola Tiradentes da Polícia
Militar, praças, igrejas, escolas estaduais, casas, postos de saúde e estradas.
Em 22 de setembro de 1988, casou-se
na cidade de Porto Velho com a escritora apodiense Vilmaci Viana e no ano
seguinte nasceu o seu maior patrimônio Anabele Viana Santos. Sempre de olho no
futuro, o empreendedor Genival Santos, fundou em 1997, sua própria construtora
a CBN- Construções e Instalações Brasil Norte, chegando a executar diversos
projetos que lhe garantiram sucesso profissional nas terras do Marechal Rondon.
Em 1998, atendendo a convite do seu sogro, Ex- prefeito de Apodi, Valdemiro
Pedro Viana, retornou com sua família para o estado do Rio Grande do Norte,
fixando residência em Apodi e Natal. Passou então, a ser o administrador da
Cerâmica Santa Rosa de propriedade da família Viana. Com a sua chegada a
cerâmica passa a ser reestruturada e oferecer um produto de excelente
qualidade, vindo assim a conquistar a clientela da região oeste do estado do
Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba.
Em 2007 amplia seus negócios e
constrói sua própria empresa CERAMICA SAVANA, uma fábrica mais moderna e capaz
de atender as exigências do mercado interno e externo.
Em 2010, em sociedade com sua filha,
Anabele Viana Santos, compra da família Viana a CERAMICA SANTA ROSA, que junto
com a CERAMICA SAVANA, emprega cerca de cem chefes de família daquele
município. Industrial bem sucedido, amigo e solidário, Genival é um exemplo de
empreendedor que ama e trabalha incansavelmente em prol do desenvolvimento do
município que lhe adotou como filho, Apodi.
Seu maior prazer é trabalhar, ler,
ver esportes na tv, tomar um bom vinho, ficar em casa com sua família, admirar
e acariciar Anabele, seu amor maior.
Fonte: Vilmaci Viana, via
blog TUDO DE APODI
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